Debate E.E.






como podemos nos posicionar frente a tantas diferenças?




 Estamos testemunhando um momento de avaliações e mudanças de modelos de referência, crenças e pensamentos, sobre a maneira pela qual interpretamos o mundo. As diferenças antes escondidas estão sendo reveladas, consideradas de maneiras múltiplas em contextos sociais variados, ou melhor, o sujeito é olhado em suas características singulares. Pensar a prática artística num processo de inclusão social significa adaptarem-se, sociedade e espaços, tendo em vista equiparar oportunidades e, conseqüentemente, construir uma sociedade para todos.
   
Motivado pelo impulso teórico que a minha pesquisa de mestrado
proporcionou, a interlocução com os agentes envolvidos, a lacuna existente de estudos e fóruns sobre as abordagens metodológicas no campo específico de Arte e Deficiência nos levou à iniciativa de lançar a idéia de aula aberta realizada  nofim do ano passado como germe de um futuro fórum de trocas de conhecimento.
A pesquisa Prática artística para todos : as artes plásticas no cenário
da inclusão social na cidade de São Paulo UNICAMP 2007,
 teve por objetivo o estudo de uma mostra qualitativa da cultura contemporânea da cidade de São Paulo acerca de propostas que enfocassem o acesso às Artes Plásticas para pessoas com deficiência, analisando-as na perspectiva do paradigma da inclusão social.
Nesta pesquisa constatou-se a existência de significativas práticas artísticas específicas a este público. Contudo, não atingem a população da cidade em geral.
Tivemos como objetivo investigar o cenário atual com vista a subsidiar a implantação de práticas artísticas para todos e direcionar o discurso no sentido de democratizar práticas e conceitos, o que implica em reconstruir atitudes com a própria experiência das pessoas com deficiência.
Propõe-se que a comunidade possa manter abertamente interlocuções com o império escondido de saberes acumulados da Educação Especial, em particular do fazer da arte, que possam trazê-los para a escola regular e a outros ambientes educacionais. Na realidade, este campo é restrito a poucos profissionais, e é recente a preocupação para o diálogo.
Os profissionais que atuam nestes vários ambientes têm muito a socializar, mas faltam fóruns para que eles possam se encontrar e travar diálogos que contribuiriam para o aprofundamento dos vários projetos. Não importa se os lugares forem públicos ou não, desde que haja interesse em promover movimentos de mudança e transformação social, a partir de uma cultura que promova a paz e o respeito às diferenças.






Paulo Pitombo
2011